E agora amigos leitores e queridas leitoras - cujo número tem aumentado exponencialmente depois de nos terem visto na foto (e só viram a cara!) - espaço para o Desporto Rei.
É verdade, nós adoramos futebol, mais do que de política. É que quem não percebe nada, continua a gostar; enquanto que na política, quem não percebe, diz que não gosta. A verdade é que vivemos num país em que todos temos de gostar de futebol e os que não gostam são discriminados. Vejam o que aconteceu ao Rui Rio - tá bem, "ele é boavisteiro", dizem vocês; mas... desde quando o Boavista joga futebol?!
Como dizem alguns cronistas futebol "é o actual ópio do povo"; faz sentido sim senhor! Afinal num país em crise, como o nosso, a população tem de se entreter com o que é barato e o futebol ainda o é... Pelo menos para quem o assiste pela TV; mesmo depois da implementação do pay per view (SportTv). Fica mais barato pagar a mensalidade do que ir duas vezes ao teatro ou a outros espectáculos (15 Euros era o bilhete mais barato para ir ver o Gato Fedorento ao Coliseu!); além disso, dar 50 cêntimos por um café na tasca do burgo, por duas horas de entretenimento, sai mais barato do que ir ao cinema (a duração é a mesma) e ainda se tem dois bónus: O intervalo para pôr a conversa em dia e a possibilidade de exercitar o poder de argumentação - e, por vezes os dotes de streetfighter - no fim dos 90 minutos de um jogo mais polémico.
A verdade amigos, é que o futebol portugês também é teatro, por isso, para quê gastar dinheiro, se na TV vemos de todos os ângulos as melhores cenas protagonizadas por Liedson, João Pinto e Karadas, entre outros.
Outra verdade é que o futebol também é cinema, e de acção; não concordam? Vejamos: Os jogos do Porto mais parecem remakes do Shaolin Soccer, embora agora os protagonistas sejam outros monstros do cinema de acção. Comandados pelo Bicho Jorge Costa, Benny McCarthy, Luís Fabiano, Giourkas Seitaridis, Pedro Emanuel, Maniche (nome artístico de Nuno Ribeiro) e Pepe (embora este seja o vilão porque cospe e os heróis não cospem!) protagonizam cenas de acção incríveis só para duros. E agora parece que estão a pensar fazer concorrência à série da TVI Inspector Max; mas em vez de um pastor-alemão vão utilizar um Pitbull... The Trust já descobriu que série vai-se chamar O Inspector Cláudio.
O realizador por excelência deste tipo de filmes é Jaime Pacheco, que já foi apelidado de Tarantino dos relvados, tal a violência com que os seus jogadores atingem, por vezes, os seus adversários. Deve ter sido por isso que o João Pinto não se adaptou. Apesar de já ter tido umas luzes do cinema de acção aquando da sua passagem pelos estúdios da Luz (Paulinho Santos que o diga!), nesta fase da sua carreira, a sua especialide é o drama e actos teatrais desenvolvido durante a sua estadia nos Alvaláxia Studious, onde, ora com Jardel, ora com Liedson, levava o público às lágrimas com tanto talento a cair na área. Por isso Jaime Pacheco não opta muito pelos seus serviços. O homem quer é "actores" que saibam dar umas boas patadas, de preferência sem o árbitro ver.
Deve ter sido por isso que, ao contrário do que acontece em Portugal, os seus métodos não foram muito apreciados em Espanha; é que lá, tal como em Inglaterra, dá-se valor ao futebol jogado e bem jogado. Provavelmente lá têm poder de compra para ver futebol quando é para ver futebol, ir ao teatro quando é para ir ao teatro e ir ao cinema quando é para ir ao cinema; daí que não precisem de conjugar os três espectáculos num só para entreter os espectadores.
Hoje li n'A Bola excertos de uma entrevista de Giovanni Trapattoni à imprensa italiana. Dizia ele que no Benfica joga com 5 avançados... CINCO AVANÇADOS?!? Quais?!? Só se for os que já utilizou ao longo da época: Nuno Gomes, Karadas, Sokota, Delibasic e Mantorras. Deve ser isso, porque, se formos analisar o sistema táctico, só encontramos um, dois ou, por vezes, três, conforme os jogos. Não é que eu queira ver o SLB com cinco avançados - até acho que como está agora, está bem - mas o senhor Trapattoni não devia estar a dizer estas coisas só para provar que não é defensivo. Nem precisa disso; basta ver os golos que o Benfica já sofreu esta época para se constatar que é uma equipa que não defende. Ou isso será porque ele tirou o Moreira? Sr. Trapattoni (eu sei que ele vai ler isto, de certeza!), isso é uma injustiça! Se não fosse ele, quantos tinham sido em Belém?! Sete?! Oito?! Nada tenho contra o Quim, até acho que ele é um bom keeper, mas o Moreira já tem a chamada mística benfiquista e, para muitos adeptos, é já um símbolo do clube. Mas ele é que sabe. Aliás, nessa mesma entrevista, ele diz que é a Juventus (que vem perdendo pontos atrás de pontos) que vai ganhar o calccio. Se eu fosse jogador do Milan, ficava mais descansado. Isto vindo de um treinador que diz que joga com cinco avançados... Não quereria dizer cinco violinos?! Simão, Nuno Assis, Nuno Gomes, Petit e Manuel Fernandes?! Mas aí seriam seis, porque falta o Miguel!
Enfim, Sr Trapattoni (mais uma vez, eu sei que me está a ler), os leitores querem uma explicação... Leia e comente, tá bem?!?
VLT
