sexta-feira, abril 08, 2005

Constituição Europeia

Estou contra a maneira como a Europa está unida politicamente hoje em dia e também estou contra todo o federalismo europeu ou alguma forma de governação supranacional. Embora não queira que Portugal abandone totalmente a UE, também não aceito que o nosso país se integre num só estado. Logo, estou contra a constituição europeia. Tal como os nossos antepassados em 1640 lutaram pela nossa independência, pois não queriam fazer parte dum império, também eu quero que o meu país continue independente, soberano e livre. Não quero que ele faça parte de um federalismo europeu que é um atentado à liberdade dos povos, porque lhes rouba a sua soberania e a transfere para Bruxelas. Os habitantes de um país com 900 anos de história, devem ser livres para escolher o seu modo de vida e proteger os seus empregos, não devendo ser Bruxelas a decidir por eles qual será o destino da sua agricultura, das suas pescas e da sua indústria têxtil. Se não há soberania, não há liberdade. No meu entender, dever-se-ia criar uma Europa que se centrasse na sua própria identidade, mas respeitando as identidades específicas de cada nação, ou seja, uma Europa de estados soberanos e não uma Europa do domínio de Bruxelas e de alguns eurocratas demagogos e apoiados pelas potências europeias como Alemanha e França que querem exercer o controlo legal sobre a UE com esta constituição. Senão veja-se se eles cumprem os famosos pactos de estabilidade que nós temos de cumprir para não sofrermos pesadas sanções.
Nunca um estado federal com disparidades étnicas e linguísticas funcionou em pleno, a não ser pelo uso da força. Portugal não tem tido muito a ganhar com a UE e os exemplos são claros. Baixas rentibilidades na aplicação dos fundos concedidos, destruição da agricultura e das pescas, deslocalização de empresas e redução do investimento directo estrangeiro, desemprego em massa, perda de soberania em quase todos os domínios, pesados custos para os cidadãos resultantes da uniformização das legislações, sem ter em conta as diferenças de nível de vida entre os países, a imigração em massa resultante da abolição das fronteiras (tratado de Schengen), a insegurança, e a criminalidade generalizada, são algumas das razões que me leva a ponderar seriamente se a constituição europeia é um mar de rosas como muitas pessoas afirmam. Uma constituição europeia só iria agravar o fosso que já se verifica entre os vários países membros da UE e colocar os mais pequenos, como é o caso de Portugal, numa situação totalmente marginal em relação à tomada de decisões e definição de políticas. Nem Durão Barroso a presidir Bruxelas conseguirá ajudar Portugal. Só conseguiremos ajudar Portugal a continuar soberano se todos votarmos não, no referendo. Para mim a soberania nacional não é negociável, nem discutível, e eu recuso aliená-la. Recuso desrespeitar 900 anos de história. Apesar dos factores comuns como a partilha dos valores da civilização europeia, são muitas as diferenças entre os povos dos diferentes países europeus, sobretudo ao nível dos interesses que cada um perfilha. Logo, o projecto de constituição europeia jamais será viável, pois pretende impor-se às constituições nacionais e concentrar ainda mais soberania nos órgãos europeus, num passo óbvio para um modelo político federal, que de nenhuma forma seria representativo, devido ao facto da desigualdade existente entre os Estados. Fala-se muitas vezes que Portugal é um país que não produz. Mas não produz ou não pode produzir? Infelizmente, temos que respeitar inúmeros acordos que fazem com que sejamos dependentes economicamente relativamente a outros países, pois as nossas forças produtivas da agricultura, pecuária, pescas e indústrias não podem ser bem aproveitadas. Um país que nada produz é refém dos outros, tornando-se assim num Estado sem qualquer tipo de liberdade ou soberania para fazer frente ao que os outros (de quem depende para comer ou vestir) lhe impõem. Não quero que o meu país seja um mero espectador da vida política não tendo hipótese de salvaguardar os seus legítimos interesses. Esta Europa Federal que está a ser criada e vai ter o seu auge com a constituição europeia não passa de uma forma de totalitarismo e de radicalismo centralista com máscara benevolente de democracia.
AL

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

concordo contigo e digo mais essa pretalhada toda que va co caralho

4:00 da tarde  

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